Por cá penso que lhe chamamos "o tolo em cima da ponte" a este síndroma improdutivo de nada fazer quando nos cabe a responsabilidade de fazermos uma escolha ou tomarmos uma atitude. Para ganhar tempo, em voz muda, a pleno pulmão, ou apenas mediante repetidas petições de súplica, palramos disparates de indecisão, devaneios e hipóteses convenientes a nosso favor ou completamente desfavoráveis àquilo que consideramos como sendo o melhor para nós próprios. Mas as dúvidas voltam para novos e incansáveis "rounds", sem tempo para um descanso que possa permitir o surgir de uma eventual epifania, e lá estamos sem sabermos para que lado cair... a que vontade ceder, sem nada fazer.
Contudo, existem os Humpty Dumpty... Os que padecem e sobrevivem constantemente à falta de equilíbrio inato e que nunca cairão nem para um lado nem para o outro, uns porque vivem com o "nim" na boca, outros que têm medo de serem fiéis ao que querem e de viverem com as consequências dessas escolhas, e os funâmbulos, acrobatas dedicados, que enganam os outros ora sentando-se sobre o muro ora levantando-se com a ameaça falsa de uma decisão para novamente voltarem a sentar-se na borda de forma segura repondo a normalidade do espaço da incerteza... A estes dançarinos de muros e pontes desejo uma grande escorregadela, uma queda súbita para o lado do maior desconforto, o lado onde já ninguém espera por eles, onde já não exista rede de segurança...
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