domingo, 8 de abril de 2012

Placebo? Não, obrigado.


A preguiça emocional de alguns (demasiados) dota os de uma incrível capacidade de fingir sentimentos, emoções, e intenções na sua autenticidade e intensidade, e de conseguir conviver sem investir nem retribuir, sem se dar ao trabalho de reconhecer o valor e a valentia de quem se dá.
Consoante a arte e perícia de cada preguiçoso(a) sentimental, as suas promessas, carinhos e atenções - os placebos (em tudo fiéis aos sentimentos originais mas só pelo lado de fora... não confundir com genéricos...), actuam pelo seu poder de sugestão e iludem quem deles depende, e, tal como a subida da inflação económica de um país pobre (por sê-lo) o torna ainda mais pobre, também estes se tornam cada vez mais pobres e mais dependentes ao contentarem-se com menos do que merecem...
Infelizmente, ninguém traz um aviso escrito na testa, nem nenhum cartaz ou etiqueta pendurados em si que permitam alertar qualquer desprevenido e dar-lhe a oportuna e sã oportunidade de trocar de passeio a tempo de deixar passar essa inoportuna e insana oportunidade de viver o dia-a-dia alimentado com promessas, gestos, atitudes e palavras "placebo", o todo resumido a um tudo cheio de nada. Claro que para quem espera ainda mais do que verdade dessa reciprocidade falsa, vazia de "sentimentos-activos", benéficos e catalisadores de felicidade (excluindo obviamente os interesses dos preguiçosos sentimentais), todos os esforços de aproveitamento de cada dose e momento "placebo" valem a pena independentemente do desgaste a que obrigam... Mas sabemos que a grandeza da dependência é proporcional ao tamanho da decepção, e não há remédio que apague o acontecido, alivie, cure nem trate o mal feito...
Acho que deveria ter escolhido outro termo que não "preguiçosos sentimentais"... 

Sem comentários: