domingo, 15 de abril de 2012

Start/Stop



Um dos mistérios de todas as coisas preciosas imateriais, invisíveis e irrepetíveis que nos acontecem prende-se com o seu início, o seu fim, e o seu fim. Sucedem-nos porque algo prévio terminou e o espaço vago convida-as a acontecerem-nos. Isto remete me para a filosofia oriental traduzida para os ocidentais de mente com a simples analogia de deixar sempre um cabide livre no nosso armário para que peças novas tenham lá lugar à sua espera. Obviamente, não vale comprar um cabide extra e esperar que as coisas aconteçam... é necessário livrarmo-nos de algo que já lá esteja, que não nos faça realmente falta e nunca interromper o processo de renovação. 
De um fim faz-se um início, e é com um fim que iniciamos ou deixamos que  nos aconteçam todas as coisas especiais, esperando que o meio não tarde, que se prolongue se for bom, que evolua para muito bom, que o universo nos retorne toda a esperança da finalidade inicial, o fim com que tudo começou e assim possamos voltar ao princípio sempre que o desejarmos...
Mas não há Bem que sempre dure nem é à toa que recorrentemente ouvimos falar do princípio do fim. Esta última expressão tem demasiado que se lhe diga. Pessoalmente, não gosto dela. Prefiro sempre alienar me do seu fatalismo e pensar que se refere a uma premissa que justifica um objectivo, uma boa intenção que medeia o eventual acontecer de algo anseado, ou o despontar de uma vontade. Não o termo agendado de algo especial para quem sabe quando e que nos faz sofrer por antecipado por nada podermos fazer para o evitar, nem para apressá-lo para que passe rápido e possamos recomeçar. Um fim para um novo princípio... seria demasiado fácil se assim fosse. É que para além dos fins, usados os meios e longe dos princípios, ficamos muitas vezes em standby, com a mão no cabide...

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